quinta-feira, 16 de junho de 2011

‘Caminhos da Arte’ desperta
cultura nas escolas públicas

Projeto une arte e
educação para celebrar
os 60 anos da empresa
Nacional Gás e beneficia
10 mil estudantes
O brilho no olhar da aluna do 9ano de uma escola de ensino
fundamental de Paraipaba, Maria Joveline Nascimento Félix,
ao contemplar, pela primeira
vez na vida, uma das obras-prima de Jean-Baptiste Debret evidencia que a arte realmente
abre portas para um caminho
onde o impossível não existe.
A estudante perante a cria-
ção. O encantamento diante do
conhecimento, do saber, da cultura. Essa cena se repete com
todos os estudantes de escolas
públicas dos 184 municípios do
Ceará ao percorrerem duas exposições em cartaz no Espaço
Culturalda Universidade de Fortaleza (Unifor): a Brasiliana
Itaú e Brassaï - Paris la nuit.
Mergulho na história
A visita, um verdadeiro mergulho pela história do Brasil e a
Paris do século passado, é possibilitada pelo projeto Caminhos
da Arte que marca os 60 anos da
Nacional Gás, empresa do Grupo Edson Queiroz. Para MariaJoveline,ummomento inesquecível compartilhado com seus
colegas da Escola Francisco Figueiredo de Paula. Para a Nacional Gás e a Fundação Edson
Queiroz/Unifor, a possibilidade
de levar cultura e arte e saber
para 10 mil crianças e jovens de
todos os recantos do Estado.
Conhecimento
O projeto começou no último
dia 21 e prossegue até 1º de
maio.Três mil estudantes já passaram pelo espaço e puderam
ver de perto quadros, documentos e gravuras que só poderiam
encontrar em livros de História.
“É além de minha imaginação”,
atesta Mayara Maria Monteiro,
de 14 anos de idade e do municí-
pio de Umirim.
Para Alisson Bruno de Castro, de 13 anos, o projeto da
Nacional Gás também proporciona outros conhecimentos.
Ele tem razão. A proposta do
Caminho da Arte vai além da
visitação às mostras dos espaços
expositivos da universidade. Os
jovens participantes do projeto
também fazem um tour pelo
campus da Universidade, fortalecendo o vínculo entre cultura,
arte e educação.
Os alunos interagem com outras iniciativas culturais da Unifor, como o Teatro Celina Queiroz, a Camerata da Unifor e o
coral. “É um sonho para mimque quero entrar para a Faculdade de Medicina”,diz.
De cada escola públicas, três
adultos compõem a comitiva.
Assim, a visita passou a ser um
privilégio não apenas para os
estudantes, mas igualmente para os professores.
Os educadores também são
beneficiados, enriquecendo o
conteúdo explorado em sala deaula aos elementos vistos durante a exposição.
“A iniciativa é muito importante porque poderemos multiplicar o que aprendemos aqui
com os outros alunos”, avalia a
professora Regiane Maria da Silva Pessoa.
Viagem no tempo
Olhos atentos, máquinas fotográficas a mão e lá vai o grupo
da escola Eneias Ferreira Nobre, do município de Ibicuitinga
(região do Sertão Central) -
uma das noves instituições que
passarampelas duas mostras ontem - para uma viagem por entre luzes e sombras da Paris
noturna e transgressora dos
anos 1930.
É esta a sensação que se tem
diante da exposição de fotografias do húngaro Brassaï (1899 -
1984). A mostra, que tem curadoria da pesquisadora francesa
Agnès de Gouvion Saint-Cyr, é
constituída por cerca de 98 fotos em preto e branco.
“Nossa! Que incrível”, foi a
única frase pronunciada por José Gerônimo Freitas, de Itaiçaba
(no Baixo Jaguaribe). A cada
foto a expressão de magia em
seu rosto,falava pelo garoto.
Diante da bela Torre Eiffel, as
alunas registraram a imagem
que desperta tantos sonhos. “É
tudo muito lindo, diferente de
nossa vida”, emocionou-se Patrícia Maria de Araújo, do municí-
pio de Limoeiro do Norte.
Na Coleção Brasiliana Itaú, o
deslumbramento diante de
obras dos principais artistas viajantes do Brasil Colônia, entre
eles, Debret e Armand Julien
Pallière. Este último, autor do
panorama da cidade de São Paulo, de 1821, uma das peças mais
raras da exposição.
Brasil Colônia
Os alunos passam pelos núcleos
Brasil Holandês (que inclui uma
belíssima peça de tapeçaria); pelo Brasil dos Naturalistas e o
Brasil dos Viajantes (com desenhos, gravuras e álbuns de exploradores e pesquisadores europeus); pelo núcleo Rio de Janeiro, que apresenta vasta iconografia da cidade e seus habitantes - então parada obrigató-
ria de qualquer artista viajante
que chegava no Brasil naquela
época.
Toda as visitas são guiadas
por monitoras, alunas da Unifor, que vão explicando com detalhes cada período da coleção.
Entre eles, grandes momentos
da história e da cultura brasileiras por meio de cartas, manuscritos, atos oficiais assinados,
desenhos e outros documentos,
além das primeiras edições de
vários livros famosos na literatura brasileira (alguns comdedicatória). “É um dia que levarei em
meu coração e na minha memória para sempre”, resumiu o sentimento de cada colega, Maria
Joveline Nascimento.


de Euclides da Cunha; primeira
edição do único livro de poesias
de Augusto dos Anjos; primeiras edições dos clássicos infantis de Monteiro Lobato constam
na exposição.
A escravidão aparece em gravuras de Johann Moritz Rugendas, expostas ao lado de cartas
de alforria e documentos de
compra e venda de escravos. Há
também manuscritos de governantes brasileiros, livros encadernados para a família real e
moedas fabricadas em homenagemà coroação de D. Pedro I.
Enquanto que a Exposição
Brassaï - Paris la nuit apresenta
98 fotografias em branco e preto de um dos fotógrafos mais
célebres de século XX, o húngaro Brassaï.
Ele adotou Paris após a Primeira Guerra Mundial e se transformou em um de seus fotógrafos mais consagrados. Brassaï,
cujo nome de batismo é Gyula
Halász, foi membro da elite cultural de Paris, estando Miller,
Picasso, Sartre, Camus e Cocteau, entre seus amigos mais
ilustres. Sua obra registrou Paris de forma irreverente. o
C cidade@diariodonordeste.com.br
MILestudantes de escolas
públicas estaduais e municipais
dos 184 municípios do Ceará
deverão visitar as duas
exposições : Brasiliana Itaú e
Brassaï - Paris la nuit
EA exposição
Brasiliana Itaú compõe
umabrangente
acervo artístico da
história do Brasil
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UNIFOR

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